Estarão os posts orgânicos a desaparecer no Facebook?
Um dos temas mais debatidos à volta do Facebook nas últimas semanas foi a relação entre os posts orgânicos e os posts pagos, com muitas marcas e empresas de gestão de redes sociais a demonstrarem a sua indignação perante o que consideravam ser um autêntico roubo por parte do Facebook, ao fazer desaparecer os posts orgânicos.
Para contextualizar, o Facebook afirmou que esperava uma diminuição na distribuição orgânica dos posts com o desenvolvimento do novo algoritmo, criado para melhorar a experiência dos utilizadores no Facebook mostrando-lhes, cada vez mais, conteúdos do seu interesse. Afirmam os marketeers que o objectivo real desta mudança é fazer com que as marcas paguem anúncios só para chegar aos consumidores que já tiveram tanto trabalho, ou custo financeiro, a angariar.
Um dos nomes mais influentes a nível mundial sobre marketing digital, Jon Loomer (basta ver que cobra 197 dólares por uma sessão on-line de 45 minutos para corroborar a informação anterior), decidiu levar a cabo um simples estudo para verificar a veracidade das afirmações do Facebook e dos marketeers.
O estudo de Loomer consistiu em anotar, numa folha excel, todas as histórias que lhe apareceram no news feed durante 24 horas. Segundo o Facebook, das 1500 histórias por dia que podiam potencialmente aparecer a qualquer utilizador, nós só devemos ver cerca de 300. É normal que assim seja, evitando que o nosso feed seja inundado por posts tão insignificantes como alguém usar uma aplicação ou fazer check in num lugar.
Na folha excel, Loomer categorizou as histórias como sendo pertencentes a “amigos”, “marcas” ou “anúncios”, independente de gostar ou não da página associada ao anúncio. Para além desta divisão, tomou também nota das marcas específicas que lhe apareciam para verificar se eram de facto páginas que ele queria ver, como afirmava o Facebook.
Dos 373 posts que lhe apareceram na news feed, mais 73 do que seria de esperar, a divisão foi seguinte:
– 239 Posts de “amigos” (64.1%)
– 106 Posts de “marcas” (28.4%) – de 38 páginas diferentes
– 25 Posts de “anúncios” (6.7%)
– 3 Posts de “listas” (0.8%)
Na opinião de Jon Loomer, os números demonstram que os posts orgánicos das páginas das marcas não estão a ser excluídos do news feed. Inclusive, representam uma percentagem bem elevado dos posts que lhe foram apresentados, não sendo de esperar que uma pessoa tenha interesse em ver mais do 30% de posts de marcas.
Loomer vai mais longe e afirma que o Facebook lhe mostrou posts de páginas que lhe interessam, aquilatando desse interesse pelo facto de ele interagir de alguma forma com os posts dessas páginas, ora carregando nos links ora lendo os comentários. Ou seja, tudo se resume a conteúdos de interesse. Nas palavras do próprio há duas formas das marcas aparecerem no news feed dos fãs: “1) Be Awesome or 2) Pay to reach them. Or you could do both and get even greater results!”.
O estudo, apesar de bastante limitado, é interessante. Claro que era importante saber quantas páginas de marcas o autor segue, quantas dessas postaram nesse dia e, portanto, qual foi a percentagem que ele viu e a percentagem que ficou de fora. Também era interessante saber qual foi a percentagem de posts de anúncios que foram relevantes para Loomer e quantas resultaram em interacções da parte dele.
Mas no fundo, como em quase tudo, o que interessa é a conclusão e essa é simples: publicar conteúdos sem interesse para os fãs da página é pior do que não postar. Cabe-nos a nós, gestores de redes sociais, criar conteúdos com os quais o público queira interagir, conteúdos que lhe interessem.
É mais fácil com algumas marcas do que com outras, mas estou certo que está ainda para nascer a marca que, oferecendo produtos e serviços que o público consome, não tenha, depois, nenhum conteúdo de relevância para esse mesmo público.
Para quem quiser ler o artigo completo de Jon Loomer, aqui fica o link.